11052 População Sénior ppi

População sénior
problemáticas e perspetivas de intervenção

O que significa envelhecer: Análise e perspetivas;
Os seniores na sociedade atual.

Conceito de sénior - perspetivas:
    - biológica
    - psicológica
    - social 
    - cultural

idadismo
diálogo intergeracional
inclusão social
qualidade de vida

envelhecimento ativo
papel das instituições vocacionadas para este tipo de população
UC de 3a1s (3.º ano curricular, 1.º semestre=semestre outono/inverno)
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Tema 1: O que significa envelhecer?                                         Análise e Perspetivas.

o envelhecimento é uma experiência mais positiva do que aquilo que a sociedade presumivelmente acreditava(Ferreira-Alves & Novo, 2006, p. 75)

O Idadismo existe? – é frequente vermos atribuídas às pessoas menores capacidades, competências e até menor dignidade, apenas porque são mais velhas – embora a ausência de justificação científica para tal. O avanço da ciência permite uma melhor compreensão dos aspetos biológicos e psicológicos do envelhecimento que possam contrapor-se às atitudes discriminatórias sentidas por muitos:
anos 50
(-)
envelhecimento =
 decadência
 deterioração
ínicio
anos 70
(-)
idosos como
 passivos
 intolerantes
depois
década 90
(+)
visão mais positiva
 sábios
 serenos
 inteligentes
(Marín, Troyano e Vallejo apud Magalhães et al, 2010)                         
É nos mais jovens que se verifica uma visão mais ligada aos estereótipos negativos sobre os idosos (conf. Magalhães et al, 2010) - quanto mais velho se é, mais positiva é a perceção de detalhes positivos acerca da pessoa idosa.
De referir que o idadismo vai envolver, para além da componente cognitiva ligada aos estereótipos, uma componente emocional (preconceito) - que derivam na componente comportamental, a discriminação.
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O grande peso da cultura na forma como é encarado o envelhecimento e no status social dos idosos é abordado por Uchôa (2003).
Para além dos fatores biológicos/orgânicos, as referências pessoais e a cultura onde se está inserido têm influência. - São enumerados no texto vários exemplos de culturas que contradizem a visão ocidental de envelhecimento (incapacidade, doença) e onde é visto como "um processo de crescimento que ensina, enriquece e enobrece o ser humano" (p. 850), onde "ninguém é considerado velho demais para produzir, tomar decisões, casar ou qualquer outra coisa" (p. 851). 
No texto, o tema é a necessidade de resolução dos problemas de saúde da crescente população idosa:
  • como percebe o idoso os seus problemas de saúde;
  • como procura resolvê-los;
  • que dificuldades encontra?
e a principal conclusão é que a saúde é "dinheiro-dependente" - um problema é mais ou menos grave consoante se tenha meios financeiros para lhe fazer face (sendo a presença ou ausência de redes socias ou limitações físicas, também, fator).
Assim, é importante desenvolver políticas públicas adequadas para suprir as necessidades de uma população cada vez mais idosa.
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   O sexo e a idade

Em Vasconcellos et al (2004) são-nos revelados os resultados da análise de inquéritos por questionário a duas amostras (uma brasileira e outra portuguesa) de população madura e idosa (> 50 anos), com o objetivo de saber um pouco mais sobre a forma como encaram e vivem a sexualidade.
As conclusões (conf. pp. 416-418) mostram variação com a nacionalidade (cultura) e género, e a influência dos estereótipos.
[5 fatores básicos que contextualizam a sexualidade humana:]
saúde física - Embora as doenças possam reduzir o interesse ou capacidade sexual, isto ocorre durante toda a vida e não é uma caraterística dos > 50 anos;
preconceitos sociais - Os papéis sociais mudam com a idade, e isso é fruto, essencialmente, da cultura - o que a sociedade espera de um idoso condiciona e sanciona as suas ações;
autoestima - Com base nesses preconceitos, na norma social, a autoestima é atacada e os comportamentos relacionados com a sexualidade reprimidos;
conhecimentos sobre a sexualidade - conhecer o significado das alterações naturais do seu corpo evitará receios de impotência, que afastam muitos (homens) da atividade sexual;
status conjugal - para os que não têm uma relação estável há menos oportunidades(e, aqui, havendo um desiquilíbrio de género - há mais mulheres e são estas que têm menos oportunidades).
             
[há um sexto fator a acrescer: a fragilidade psicosociológica]
 
Teoria psicosociológica dos scripts (Gagnon & Simon): os papéis culturais atribuídos aos indivíduos estão diretamente relacionados com o seu status social [aqui a idade] - as culturas ocidentais atribuem um script sexual negativo ao idoso.
Teoria psicanalítica (Freud): a sensualidade é ocultada - não se pensa no idoso como ser sensual! - "Os adultos maduros são então compelidos a ocultar cuidadosamente todo e qualquer interesse sexual sob pena de serem socialmente desconsiderados e afetivamente rejeitados pela própria família." (Vasconcellos et al, 2004, p. 415)
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(bibliografia obrigatória - Temática 1:)
Ferreira-Alves, José & Novo, Rosa Ferrreira (2006). Avaliação da discriminação social de pessoas idosas em Portugal. International Journal of Clinical and Health Psychology, 2006, Vol. 6, Nº 1, pp. 65-77
Gonçalves, A. K. (2008). Idoso e Identidade Social. Labore - Polémica Revista electrónica, 59-67
Magalhães, C et al (2010). Repercussão dos Estereótipos sobre as Pessoas Idosas. Revista Transdisciplinar de Gerontologia. Ano IV - Volume III, nº2
Pinto, Mª Graça L.C. (2008). Da aprendizagem ao longo da vida ou do exemplo de uma relação ternária: agora, antes e depois. Cadernos de Apoio da Universidade do Porto: Porto
Uchôa, Elizabeth (2003). Contribuições da antropologia para uma abordagem das questões relativas à saúde do idoso. Cadernos Saúde Pública 19(3), 849-853
Vasconcellos, Doris et al (2004). A sexualidade do envelhecimento: novas perspectivas - comparação transcultural. Estudos de Psicologia 2004, 9(3), 413-419
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Tema 2: Os séniores na sociedade atual.

No contexto das consequências e desafios que a maior longevidade acarreta, a Organização Mundial da Saúde adotou, no final dos anos 90 (século 20), o paradigma “Envelhecimento Ativo”, entendido como processo de cidadania plena,
em que se otimiza
  • oportunidades de participação 
  • segurança 
  • uma maior qualidade de vida à medida que as pessoas vão envelhecendo.
Sai-se de uma visão reativa, centrada nas necessidades básicas e na qual a pessoa é um agente passivo, para uma outra, pró-ativa que reconhece a pessoa como um elemento capaz e atuante no processo político e na mudança positiva das sociedades. Neste sentido, o envelhecimento ativo exige uma abordagem multidimensional e constitui um desafio para toda a sociedade, http://www.igfse.pt/upload/docs/2012/Programa%20A%C3%A7aoAnoEuropeu2012.pdfimplicando a responsabilização e a participação de todos e de todas, no combate à exclusão social e à discriminação e na promoção da igualdade entre homens e mulheres e da solidariedade entre as gerações.
(texto do programa de ação, acessível clicando na imagem ao lado; formatação de destaques minha)

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O envelhecimento decorre ao longo de toda a vida e pressupõe alterações
    » a nível biológico
    » a nível psicológico
    » a nível social

essas alterações diferem no ritmo e intensidade - é um processo individual, vivido de forma diferente por cada pessoa – há que ter em conta:
  • as caraterísticas de cada indivíduo
  • variáveis comportamentais
  • variáveis económicas,
  • do meio físico,
  • do meio social,
  • do meio cultural,
  • a sua saúde,
  • os serviços de saúde que tem disponíveis…
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http://www.who.int/ageing/GuiaAFCPortuguese.pdf A OMS criou o programa "Cidades amigas dos idosos", cujo objetivo é contribuir para um envelhecimento saudável e ativo. Pretende atuar em diversas áreas: arquitetura, transportes, habitação, respeito e inclusão social, participação cívica e emprego, comunicação e apoio comunitário (redes sociais) e serviços de saúde.
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(bibliografia obrigatória - Temática 2 )
Crespo, L.V. (2011). Os idosos e seus tempos de lazer em família: Um aproximação pedagógico social. Estud. interdiscipl. envelhec., Porto Alegre, v. 16, edição especial,341-353.
Comunidade Europeia (2012). Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações. Governo Português: Lisboa
Galinha,S.M. & Loureiro, M.J. (2007). Bem estar subjetivo e Aprendizagem ao longo da vida: algumas reflexões sobre a experiência com narrativas de seniores com diferentes trajectórias culturais. Revista ipcbn nº20, 1-20
Gina, P. & Gil, H.T. (2012). Redes Sociais como complemento de Aprendizagem ao Longo da Vida: As Universidades Seniores e a Web 2.0. Actas do Congresso IETIC, Instituto Superior de Educação de Bragança, 1 e 2 de junho 2012
Jacob, L. & Fernandes,H. (2011). Ideias para um envelhecimento activo. Edição Rutis: Almeirim
Paul, C. (2007). GeroPsicologia Ambiental e Vulnerabilidade da pessoa idosa. Actas do II Congresso Português de Gerentologia Social: A vulnerabilidade da Pessoa Idosa, Lisboa, 11 de Maio de 2007 [slides]
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Bibliografia recomendada na UC:



Osório, A. & Pinto, F. (ed.). (2007). As pessoas idosas: Contexto Social e Intervenção Educativa. Lisboa: Instituto Piaget





 


Simões, A. (2006). A nova velhice: Um novo público a educar. Porto: Ambar.








(bibliografia complementar:)
 




Ribeiro, António P.F. (2007). Imagens da velhice em profissionais que trabalham com idosos. Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade de Aveiro. 
Revista Transdisciplinar de Gerontologia. Ano IV - Volume III, nº2, 2010 
Revista Transdisciplinar de Gerontologia. Ano I - Volume I Dezembro /Maio 2006-2007

imagens acedidas e/ou adaptadas de: sites editoras respetivas; http://lanouvellerevolutioncommerciale.wordpress.com; http://shalonlages.wordpress.com; http://mulher.uol.com.br;