O que significa envelhecer: Análise e perspetivas;
Os seniores na sociedade atual.
Conceito de sénior - perspetivas:
- biológica
- psicológica
- social
- cultural
idadismo
diálogo intergeracional
inclusão social
qualidade de vida
envelhecimento ativo
papel das instituições vocacionadas para este tipo de população
UC de 3a1s (3.º ano curricular, 1.º semestre=semestre outono/inverno)
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“o envelhecimento é uma experiência mais positiva do que aquilo que a sociedade presumivelmente acreditava” (Ferreira-Alves & Novo, 2006, p. 75)
O Idadismo
existe? – é frequente vermos atribuídas às pessoas menores capacidades,
competências e até menor dignidade, apenas porque são mais velhas – embora a
ausência de justificação científica para tal. O avanço da ciência permite uma
melhor compreensão dos aspetos biológicos e psicológicos do envelhecimento que
possam contrapor-se às atitudes discriminatórias sentidas por muitos:
anos 50
|
(-)
|
envelhecimento =
|
decadência
deterioração
|
ínicio
anos 70
|
(-)
|
idosos como
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passivos
intolerantes
|
depois
década 90
|
(+)
|
visão mais positiva
|
sábios
serenos
inteligentes
|
(Marín, Troyano e Vallejo apud Magalhães et al, 2010)
É nos mais jovens que se verifica uma visão mais ligada aos estereótipos negativos sobre os idosos (conf. Magalhães et al, 2010) - quanto mais velho se é, mais positiva é a perceção de detalhes positivos acerca da pessoa idosa.
De referir que o idadismo vai envolver, para além da componente cognitiva ligada aos estereótipos, uma componente emocional (preconceito) - que derivam na componente comportamental, a discriminação.
******************************************************************************************************************De referir que o idadismo vai envolver, para além da componente cognitiva ligada aos estereótipos, uma componente emocional (preconceito) - que derivam na componente comportamental, a discriminação.
O grande peso da cultura na forma como é encarado o envelhecimento e no status social dos idosos é abordado por Uchôa (2003).
Para além dos fatores biológicos/orgânicos, as referências pessoais e a cultura onde se está inserido têm influência. - São enumerados no texto vários exemplos de culturas que contradizem a visão ocidental de envelhecimento (incapacidade, doença) e onde é visto como "um processo de crescimento que ensina, enriquece e enobrece o ser humano" (p. 850), onde "ninguém é considerado velho demais para produzir, tomar decisões, casar ou qualquer outra coisa" (p. 851).
No texto, o tema é a necessidade de resolução dos problemas de saúde da crescente população idosa:
- como percebe o idoso os seus problemas de saúde;
- como procura resolvê-los;
- que dificuldades encontra?
e a principal conclusão é que a saúde é "dinheiro-dependente" - um problema é mais ou menos grave consoante se tenha meios financeiros para lhe fazer face (sendo a presença ou ausência de redes socias ou limitações físicas, também, fator).
Assim, é importante desenvolver políticas públicas adequadas para suprir as necessidades de uma população cada vez mais idosa.
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O sexo e a idade
Em Vasconcellos et al (2004) são-nos revelados os resultados da análise de inquéritos por questionário a duas amostras (uma brasileira e outra portuguesa) de população madura e idosa (> 50 anos), com o objetivo de saber um pouco mais sobre a forma como encaram e vivem a sexualidade.
As conclusões (conf. pp. 416-418) mostram variação com a nacionalidade (cultura) e género, e a influência dos estereótipos.
[5 fatores básicos que contextualizam a sexualidade humana:]
saúde física - Embora as doenças possam reduzir o interesse ou capacidade sexual, isto ocorre durante toda a vida e não é uma caraterística dos > 50 anos;
[5 fatores básicos que contextualizam a sexualidade humana:]
saúde física - Embora as doenças possam reduzir o interesse ou capacidade sexual, isto ocorre durante toda a vida e não é uma caraterística dos > 50 anos;
preconceitos sociais - Os papéis sociais mudam com a idade, e isso é fruto, essencialmente, da cultura - o que a sociedade espera de um idoso condiciona e sanciona as suas ações;
autoestima - Com base nesses preconceitos, na norma social, a autoestima é atacada e os comportamentos relacionados com a sexualidade reprimidos;
conhecimentos sobre a sexualidade - conhecer o significado das alterações naturais do seu corpo evitará receios de impotência, que afastam muitos (homens) da atividade sexual;
status conjugal - para os que não têm uma relação estável há menos oportunidades(e, aqui, havendo um desiquilíbrio de género - há mais mulheres e são estas que têm menos oportunidades).
[há um sexto fator a acrescer: a fragilidade psicosociológica]
autoestima - Com base nesses preconceitos, na norma social, a autoestima é atacada e os comportamentos relacionados com a sexualidade reprimidos;
conhecimentos sobre a sexualidade - conhecer o significado das alterações naturais do seu corpo evitará receios de impotência, que afastam muitos (homens) da atividade sexual;
status conjugal - para os que não têm uma relação estável há menos oportunidades(e, aqui, havendo um desiquilíbrio de género - há mais mulheres e são estas que têm menos oportunidades).
[há um sexto fator a acrescer: a fragilidade psicosociológica]
Teoria psicosociológica dos scripts (Gagnon & Simon): os papéis culturais atribuídos aos indivíduos estão diretamente relacionados com o seu status social [aqui a idade] - as culturas ocidentais atribuem um script sexual negativo ao idoso.
Teoria psicanalítica (Freud): a sensualidade é ocultada - não se pensa no idoso como ser sensual! - "Os adultos maduros são então compelidos a ocultar
cuidadosamente todo e qualquer interesse sexual sob pena de serem socialmente
desconsiderados e afetivamente rejeitados pela própria família." (Vasconcellos et
al, 2004, p. 415)
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(bibliografia obrigatória - Temática 1:)
Ferreira-Alves, José & Novo, Rosa Ferrreira (2006). Avaliação da discriminação social de pessoas idosas em Portugal. International Journal of Clinical and Health Psychology, 2006, Vol. 6, Nº 1, pp. 65-77
Gonçalves, A. K. (2008). Idoso e Identidade Social. Labore - Polémica Revista electrónica, 59-67
Magalhães, C et al (2010). Repercussão dos Estereótipos sobre as Pessoas Idosas. Revista Transdisciplinar de Gerontologia. Ano IV - Volume III, nº2
Pinto, Mª Graça L.C. (2008). Da aprendizagem ao longo da vida ou do exemplo de uma relação ternária: agora, antes e depois. Cadernos de Apoio da Universidade do Porto: Porto
Uchôa, Elizabeth (2003). Contribuições da antropologia para uma abordagem das questões relativas à saúde do idoso. Cadernos Saúde Pública 19(3), 849-853
Vasconcellos, Doris et al (2004). A sexualidade do envelhecimento: novas perspectivas - comparação transcultural. Estudos de Psicologia 2004, 9(3), 413-419
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Tema 2: Os séniores na sociedade atual.
No contexto das consequências e
desafios que a maior longevidade acarreta, a Organização Mundial da Saúde
adotou, no final dos anos 90 (século 20), o paradigma “Envelhecimento Ativo”,
entendido como processo de cidadania
plena,
em que se otimiza
em que se otimiza
- oportunidades de participação
- segurança
- uma maior qualidade de vida à medida que as pessoas vão envelhecendo.
Sai-se de uma visão reativa,
centrada nas necessidades básicas e na qual a pessoa é um agente passivo, para
uma outra, pró-ativa que reconhece a
pessoa como um elemento capaz e atuante no processo político e na mudança
positiva das sociedades. Neste sentido, o envelhecimento
ativo exige uma abordagem multidimensional e constitui um desafio para toda a
sociedade, implicando a responsabilização e a participação de todos e de todas,
no combate à exclusão social e à discriminação e na promoção da igualdade entre
homens e mulheres e da solidariedade entre as gerações.
(texto do programa de ação, acessível clicando na
imagem ao lado; formatação de destaques minha)
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O envelhecimento decorre ao longo de toda a vida e pressupõe alterações
» a nível biológico
» a nível psicológico
» a nível social
essas alterações diferem no ritmo e
intensidade - é um processo individual, vivido de forma diferente por
cada pessoa – há que ter em conta:
- as caraterísticas de cada indivíduo
- variáveis comportamentais
- variáveis económicas,
- do meio físico,
- do meio social,
- do meio cultural,
- a sua saúde,
- os serviços de saúde que tem disponíveis…
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A OMS
criou o programa "Cidades amigas dos idosos", cujo objetivo é
contribuir para um envelhecimento saudável e ativo. Pretende atuar em
diversas áreas: arquitetura, transportes, habitação, respeito e inclusão
social, participação cívica e emprego, comunicação e apoio comunitário
(redes sociais) e serviços de saúde.
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(bibliografia obrigatória - Temática 2 )
Clifford, S. (sd). Os idosos usam redes sociais na internet para escapar da solidão. In http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia
Crespo, L.V. (2011). Os idosos e seus tempos de lazer em família: Um aproximação pedagógico social. Estud. interdiscipl. envelhec., Porto Alegre, v. 16, edição especial,341-353.
Comunidade Europeia (2012). Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações. Governo Português: Lisboa
Galinha,S.M.
& Loureiro, M.J. (2007). Bem estar subjetivo e Aprendizagem ao
longo da vida: algumas reflexões sobre a experiência com narrativas de
seniores com diferentes trajectórias culturais. Revista ipcbn nº20, 1-20
Gina, P. & Gil, H.T. (2012). Redes Sociais como complemento de Aprendizagem ao Longo da Vida: As Universidades Seniores e a Web 2.0. Actas do Congresso IETIC, Instituto Superior de Educação de Bragança, 1 e 2 de junho 2012
Jacob, L. & Fernandes,H. (2011). Ideias para um envelhecimento activo. Edição Rutis: Almeirim
Medeiros, E.P. & Wolff, S,H. (2011). Velhice e contemporaneidade: Reflexões psicossociais sobre o aprendizado de informática em um grupo de idosos.
Paul, C. (2007). GeroPsicologia Ambiental e Vulnerabilidade da pessoa idosa. Actas do II Congresso Português de Gerentologia Social: A vulnerabilidade da Pessoa Idosa, Lisboa, 11 de Maio de 2007 [slides]
******************************************************************************************************************Bibliografia recomendada na UC:
Osório, A. & Pinto, F. (ed.). (2007). As pessoas idosas: Contexto Social e Intervenção Educativa. Lisboa: Instituto Piaget
Simões, A. (2006). A nova velhice: Um novo público a educar. Porto: Ambar.
(bibliografia complementar:)
Ribeiro, António P.F. (2007). Imagens da velhice em profissionais que trabalham com idosos. Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade de Aveiro.
Revista Transdisciplinar de Gerontologia. Ano IV - Volume III, nº2, 2010
Revista Transdisciplinar de Gerontologia. Ano I - Volume I Dezembro /Maio 2006-2007
Revista Transdisciplinar de Gerontologia. Ano I - Volume I Dezembro /Maio 2006-2007