11005 Avaliação das aprendizagens


Nesta unidade curricular  reflete-se sobre a avaliação em educação, em particular, nos  conceitos e usos  bem como nas conceções teóricas da avaliação, numa perspetiva evolutiva. Equaciona-se a avaliação no quadro de um currículo assente numa abordagem por competências e problematiza-se o conceito de competência.  Estudam-se  diferentes instrumentos de avaliação e analisam-se as suas limitações e potencialidades e, também, o papel dos diversos atores, em particular, do educador.
Tema 1 - Avaliação em educação: conceitos e usos.
Tema 2 - Design de avaliação: recursos, formas e instrumentos.
Tema 3 - A avaliação no foco do currículo.
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1 Avaliação em educação: conceitos e usos
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As conceções teóricas da avaliação
1 – avaliação como medida;
2 – avaliação como congruência;
3 – avaliação como julgamento;
4 – avaliação como interação social complexa.
Embora estas conceções de avaliação tenham surgido em momentos sequenciais do último século, e nos refiramos a elas como “gerações da avaliação”, no presente coexistem práticas de várias concetualizações.
1 - Numa primeira geração, com o grande desenvolvimento das ciências sociais, na transição para o século XX, os testes padronizados para medir a “inteligência” e classificar as pessoas (psicometria) são transpostos para o meio escolar. Mediam-se os resultados de uma escola de massas que procurava uniformizar os alunos e verificar e controlar os seus resultados. A sociedade molda-se nos pressupostos da “gestão científica do trabalho, particularmente no sector industrial, conduzindo à valorização dos testes de rendimento, como meio de medir e certificar as aquisições dos alunos e de selecionar os “mais aptos”.” (Correia, 2002, p. 14)
Os métodos quantitativos comparavam cada desempenho à norma – isso levava a uma separação/segregação por desempenho, assim como a que cada um passasse a ser avaliado de acordo com a média do grupo onde estava inserido. O aluno é recetor passivo de aulas expositivas em que o professor é o detentor do saber; compete-lhe saber repetir o saber administrado, e é isso que é avaliado (a avaliação é final) – aprovando-o ou reprovando-o; o erro é defeito do aluno e não há um fim de análise mais profundo na avaliação.
2 - Na geração seguinte, para além da avaliação da eficácia dos programas, a docimologia ganha presença e vai-se debruçar quer sobre os processos (técnicas) quer sobre o desempenho (pessoas) – passando o contexto da aprendizagem a ser tido em conta. Embora o resultado final ainda seja o mais importante, há, teoricamente, uma dimensão pedagógica – para além da avaliação final do atingir ou não de objetivos, procura-se avaliar (n)o percurso de aprendizagem – é feita avaliação intermédia, cujo objetivo é diagnosticar dificuldades e orientar o professor na aplicação do programa, para que possa ajudar os estudantes a atingir os objetivos – temos, assim, avaliação formativa e avaliação sumativa. Contudo, a principal preocupação é criar programas eficazes e o resultado final vai avaliar essa eficácia.
3 - Na terceira geração, a diferença fundamental é a diferenciação de métodos introduzida na resolução das dificuldades detetadas na avaliação intermédia (formativa/de diagnóstico) – há uma avaliação das aprendizagens e dos curricula – quer-se compreender como o aluno processa os conhecimentos e o que o leva a errar. Questiona-se todos os procedimentos anteriores e a avaliação assume um caráter técnico, especializado – são especialistas em avaliação que constroem instrumentos de avaliação, que recolhem e analisam dados – entende-se que é necessário um distanciamento do processo para melhor avaliar. A esta geração é apontado o erro de ter uma abordagem demasiado generalizada e normalizada, decidida centralmente.
4 – A quarta geração vem dar importância ao processo de comunicação e ao contexto. O modelo pedagógico está centrado no aprender – o aluno é protagonista e interage, diretamente, com o saber – e o professor acompanha o processo, competindo-lhe organizar os contextos de aprendizagem. A avaliação adquire um caráter formativo – só a autoavaliação permite ao aluno compreender onde errou e porquê. Numa perspetiva global, procura-se conhecer o aluno e não o avaliar o seu desempenho, mas melhorar a aprendizagem. 
Se as tecnologias permitiram a sistematização das técnicas numa terceira geração, na quarta vão redimensionar o contexto e alterar toda a dinâmica do processo de ensino/aprendizagem – vive-se já na era construtivista, que se aplica ao processo de educação/aprendizagem e à própria avaliação, onde há negociação entre os vários parceiros. Há que integrar as técnicas do processo de avaliação com as políticas de educação e a realidade sociocultural e o contexto em que esta ocorre. A avaliação complexifica-se com abordagens múltiplas e integra o processo pedagógico, trabalhando sobre a realidade e contribuindo para ela – é um processo de construção social e um processo político.

Correia, E. S. (2002). Gerações da avaliação – traços históricos. Aveiro: Universidade de Aveiro.
Pinto, J., & Santos, L. (2006). Modelos de avaliação das aprendizagens. Lisboa: Universidade Aberta.

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2 Design de avaliação: recursos, formas e instrumentos
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Algumas considerações interessantes sobre a avaliação.
(Embora Celso Antunes vá falar da realidade brasileira, as suas palavras têm interesse e aplicabilidade noutras realidades
poderão ver mais vídeos via YouTube)
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Instrumentos de avaliação  - estes instrumentos diferem do teste escrito por, para além de serem instrumentos de avaliação, serem, também, instrumentos de aprendizagem.
1 – Teste em duas fases
  • 1.ª fase na sala de aula (tempo limitado/condicionado à duração aula)
  • 2.ª fase fora da aula (período mais alargado, estabelecido)
Teste com perguntas de resposta curta + perguntas de desenvolvimento/ensaio;
- na 1.ª fase podem responder ao que querem, pede-se que tentem responder a todas;
- professor recolhe os testes e comenta;
- testes são devolvidos aos alunos, que vão responder, de novo, com consulta e tendo os comentários do professor como orientação.
Avalia-se a qualidade do trabalho em cada fase e a evolução do aluno entre elas.
2 – Relatório escrito
Trabalho escrito que descreve, analisa, critica uma situação ou tarefa realizada,
ou que explora e desenvolve um tema proposto.
Pode ser: individual/de grupo, feito na sala/fora dela, estar diretamente relacionado com o que se está a lecionar/ou não.
O permitir de várias versões do relatório potencia o seu uso como instrumento de aprendizagem - o(s) aluno(s) podem melhorar o trabalho, após terem comentário/feedback do professor.
3 – Portefólio
Amostra/conjunto de trabalhos realizados pelo aluno (ao longo de um período de tempo que, geralmente, corresponde ao período escolar a ser avaliado).
O aluno vai selecionar - fazendo uma reflexão sobre cada trabalho, sua elaboração e representatividade; na fase de construção do portefólio há aprendizagem por auto-avaliação, feedback externo (professor,...) - vai tomar consciência dos seus pontos fortes e dos que tem a melhorar; quando concluído, o portefólio mostra a evolução do aluno naquele período de tempo. (As reflexões sobre cada escolha e sobre o trabalho final fazem parte integrante do mesmo.)
4 – Mapa concetual;
Esquematização com relacionamento dos conceitos novos com os aprendidos anteriormente - que vai permitir a estruturação do conhecimento.
O aluno vai aprender a distinguir essencial de acessório na caraterização de cada conceito (hierarquizar), e diferenciar, relacionar, discriminar, integrar os conceitos de cada tema abordado.



5 – Prova operatória
Prova em que o aluno é orientado, passo-a-passo, com perguntas e problemas  (que vão permitir construção e reconstrução de conceitos) que permitem aplicar e verificar a capacidade de aplicar os conteúdos aprendidos a esses problemas.
6 – Análise de casos
Os alunos são confrontados com uma situação/problema - que têm de analisar  e para a/o qual têm de encontrar solução.
Aplicam a matéria a casos concretos; estimulam processo de dúvida » formulação de hipóteses »  argumentação » comprovação.
(Geralmente em pequenos grupos ou a pares.)
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Rubricas de classificação
Esquemas (quadros/escalas) de classificação - para classificar tarefas ou respostas em categorias, correspondentes a diferentes níveis de qualidade (atribuindo-se um n.º [1, 2, 3, 4, 5] ou conceito [insuficiente, suficiente, bom, ...] a cada categoria).
  • Cada rubrica deve ser elaborada de acordo com a tarefa/resposta que se pretende avaliar;
  • deve explicitar o que se pretende que seja demonstrado no realizar da tarefa ou na resposta;
  • deve descrever o desempenho que corresponde a cada nível;
  • deve ser clara, não generalizando demais, mas não detalhando tanto que se torne confuso para o aluno.
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(-) considera-se mais trabalhoso para o professor, sobretudo o trabalho prévio, de preparação...
   (-) exige mais tempo;
   (-) maior complexidade para estabelecer critérios;
   (-) exige cuidado com a linguagem (clara, para que o aluno entenda o que se pretende);
   (-) (tem de rever, antes de cada nova aplicação da rubrica.)

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(+) ...mas permitirá identificar mais rapidamente o que está demonstrado pelo aluno;
(+) o processo de avaliação é mais preciso e fiável;
(+) há maior harmonia na avaliação, quando aplicada por diferentes professores;
(+) o aluno vai perceber melhor a nota e os pontos que tem a melhorar;
(+) se tiver acesso às rubricas, o aluno vai poder auto-avaliar o seu trabalho antes de ter a classificação do professor.

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3 A avaliação no foco do currículo
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texto a preencher xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx





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Bibliografia:
Alves, M. P. & De Ketele, J-M. (Orgs). (2011). Do Currículo à Avaliação, Da Avaliação ao currículo. Porto: Porto Editora.
Depresbiteris, L. (2011). Avaliação da Aprendizagem: casos comentados. Pinhais: Editora Melo.
Pinto, J. & Santos, L. (2006). Modelos de Avaliação das Aprendizagens. Lisboa: Universidade Aberta.
imagens: simonkneebone.com ;

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